Não quero começar este texto sendo repetitiva, mas não tenho como começar de outra maneira: as novas tecnologias chegaram para ficar. Ponto. E como já dito no post anterior, a Inteligência Artificial contribui muito para isso.
Além disso, tivemos uma evolução muito mais acelerada dessas tecnologias por conta da pandemia, cenário que nos forçou por algum tempo a experimentar viver e atuar na sociedade "remotamente".
Essas novas tecnologias, obviamente, chegaram também às escolas e universidades e, combinadas com algumas que já conhecíamos, trouxeram mais desafios para nós professores. Tivemos que nos adaptar para atender às necessidades que o período de quarentena nos impunha.
Entre as ferramentas já conhecidas estão, por exemplo, Google Classroom, Moodle, Google Meet, Zoom, Teams, etc, mas muitos de nós, insiro aqui minha experiência pessoal, não conheciam Padlet, Wordwall, Canva, Gamma, Prezi entre tantas outras. Descobrimos então, pelas funções que cada uma apresenta e a maneira como podemos utilizá-las, que elas funcionam como plataformas educacionais.
E esse sentido de plataforma ganha ainda mais contorno quando olhamos para o TedEd, ClassDojo, Khan Academy e outras que oferecem ambientes virtuais com muitos recursos educacionais, desde ideias para elaboração e planejamento de aulas e atividades, vídeos grátis sobre várias disciplinas, até jogos educativos.
Porém, se por um lado temos ao alcance de nossas mãos todas essas ferramentas que podem nos ajudar a repensar e melhorar nossa prática docente, temos do outro lado um uso equivocado dessas plataformas.
Não é a minha realidade enquanto professora, não é o meu contexto neste momento, mas compartilho a angústia que alguns colegas professores da rede estadual do Paraná, meu estado, estão sentindo com a implementação de plataformas ditas educacionais para o ensino, especialmente, de línguas estrangeiras.
Plataformas engessadas que não permitem que o professor prepare suas aulas pensando nas especifidades de seus alunos, os conteúdos chegam prontos e assim devem ser apresentados. Esse fato também desestimula os alunos, pois são tratados como meros repositórios de conteúdo, sem direito a trabalhar suas capacidades de criação.
Como já é bastante difundido no âmbito educacional, onde tanto discutimos a importância dos letramentos, não é possível conceber uma educação que não leve em consideração estimular a autonomia dos alunos, a criatividade, o pensamento crítico e o agir desses alunos no mundo.
Vemos, em pleno ano de 2024, as próprias instituições que afirmam que devemos ensinar os jovens a serem cidadãos que compreendem as competências do século 21, imporem barreiras para que isso de fato aconteça.
Devemos estar atentos e batalhar para que as novas tecnologias na educação não sejam usadas para desqualificar o trabalho dos professores e empobrecer o ensino, mas sim para que sejam aliadas tanto de professores quanto de alunos no decorrer do processo de ensino-aprendizagem.
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