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  • Foto do escritorDaniele Ribeiro Pereira Alves

Letramento digital: conceitos, práticas e propostas educacionais


Nos últimos anos temos visto o crescimento de muitos conceitos relativos às novas tecnologias na educação, e um termo tem ganhado destaque nesse campo: letramento digital.


Como educadores no século XXI, é fundamental que tenhamos consciência de que a prática docente deve observar os muitos tipos de letramentos aos quais estamos sendo apresentados. E o letramento digital é um deles.


Paul Gilster (1997) define letramento digital como a capacidade de compreender e usar informações em múltiplos formatos, através de uma ampla variedade de fontes, quando apresentadas através de computadores e, particularmente, por meio da Internet.


Já Martin (2006) trata da amplitude do que é letramento digital, afirmando que ele vai além do simples conhecimento em tecnologias, mas também agrega elementos de letramento da informação, letramento de mídia e letramento visual, destacando a importância de todos eles em várias áreas da vida cotidiana, e enfatizando a importância do constante desenvolvimento e aplicação de cada um.


Como educadores, podemos observar que todos estes conceitos levam a um denominador comum: quando aplicados à prática docente, estimulam o aluno a participar também do processo de construção do conhecimento, não apenas como um mero receptor, mas como protagonista da sua aprendizagem.




Falando especificamente sobre a minha prática docente como professora de língua espanhola, sempre procurei introduzir, quando o contexto me permitia, algo de literatura, de poesia, nas minhas aulas. É um assunto que gosto muito e acredito ser importante no processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira.


Não é uma tarefa fácil, na maioria das vezes, porque não tive uma formação que explorasse esse "como ensinar literatura/poesia para os alunos?". Minhas bases foram construídas sob uma ótica muito teórica sobre esta prática.


Por este motivo, achei muito interessante a proposta do Programa Crescer em Rede quando elabora uma aula sobre poesia - mais precisamente ciberpoesia - com o auxílio do software Prezi.


Na proposta entitulada "Trabalhando Ciberpoesia no Prezi", são apresentados aos alunos os conceitos e exemplos de ciberpoesia, poesia virtual, passando pelo contexto histórico e pela explicação do que é o Prezi e de como ele pode ser usado.


Gostei bastante dessa abordagem porque, depois de apresentado um tutorial sobre o seu funcionamento, a proposta é que alunos façam uma releitura das poesias que mais gostam, recriadas como uma poesia virtual. Além de também propor que outras atividades sejam realizadas junto aos alunos utilizando outros recursos multimídia.


É possível identificar nessa proposta muito do que os autores citados acima abordam em suas definições de letramento digital. Que uma atividade como esta, feita em duplas, desenvolve a autonomia, a criatividade e o pensamento crítico, além de dar protagonismo ao aluno na busca do conhecimento e incentivar suas habilidades de colaboração. É possível perceber que estão em foco também o letramento visual e de mídia.




Como boa apreciadora da poesia, da literatura, da música... fiz também uma releitura de uma frase que gosto muito, que aparece na imagem acima, utilizando o mesmo caminho da proposta do Crescer em Rede. "Andábamos sin buscarnos, pero sabiendo que andábamos para encontrarnos" é uma frase muito conhecida e muito reproduzida do clássico Rayuela, ou em português, O Jogo da Amarelinha, do escritor argentino Julio Cortázar.


E usando o princípio de que o letramento digital se relaciona com outros tipos de letramentos, mesclei a poesia visual acima com o que é para mim outra forma de poesia: a música. No vídeo abaixo, apresento as palavras de Cortázar ao som da música do rapero venezuelano Canserbero, que fez um lindo trabalho ao citar o escritor na sua poesia musical Querer Querernos.





É sempre muito satisfatório aprender coisas novas, ainda mais podendo aliar o que aprendemos na teoria à nossa prática.






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